segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

15º dia Visão do Piloto - Uruguaiana - Posadas

A viagem, que, a princípio, seria de Uruguaiana a Puerto Iguazu, na Argentina, vizinha de Foz do Iguaçu, foi repleta de dificuldades, transformando-se um verdadeiro curso de pilotagem.
Os problemas começaram com a péssima qualidade dos mapas da América do Sul, comprados diretamente a Garmin. Isso mesmo, nada de mapas piratas. São mapas originais, por mais incrível que possa parecer...
Eu já havia reclamado deste mapa em postagens anteriores, mas, desta vez foi um verdadeiro absurdo.
Ao sair de Uruguaiana o mapa traçou uma rota diametralmente oposta à correta, e, assim, nos fez rodar por quase 150 Km para o sul da Argentina, quando, deveríamos estar rumando para o norte.
E nem se diga que eu poderia ter errado algum acesso, pois passamos por diversos retornos e não recebemos do GPS nenhuma indicação para realizar uma conversão.
Começamos achar que o caminho estava errado quando vimos uma placa indicando que estávamos no sentido de Buenos Aires – que fica mais ao sul da Argentina, em relação ao local de nosso destino -, e, assim, paramos em um posto de gasolina para pedir informações, quando fomos gentilmente orientados por um caminhoneiro brasileiro que, melhor que a Garmin, nos indicou, em detalhes, o coreto caminho a seguir.
Para se localizarem, exceção feita ao erro acima mencionado, seguimos viagem pela Rota 14, sentido norte, em território argentino.
Bem, outro percalço foi a chuva. E bota chuva nisso! Chuva com “C” maiúsculo, pra ninguém colocar reparo... Chuva importada!!!!!
Contando, inclusive, o trajeto decorrente do erro vergonhoso contido no mapa do GPS Garmin, foram 850 Km de chuva. Mais de 12 horas de uma tensa pilotagem debaixo d’água.
Chuva de todo tipo: tempestade, chuva forte, chuva muito forte, garoa densa e etc., mas sempre uma incessante chuva, com a predominância da tempestade, em, aproximadamente, 85% do trajeto.
E, falando em chuva, e como bem sabem os colegas motociclistas, não se pode deixar de falar de capacete embaçado...
Neste sentido, embora meu capacete tenha um dispositivo que mantém uma abertura para entrada de ar, dispositivo este que deveria impedir que a viseira embaçasse, a bolha aumentada, de tão eficiente que é, impede que o ar entre pela tal abertura, e, assim, a viseira embaça...
A solução é abrir a viseira uns dois dedos, e, assim, o problema de embaçamento ficou resolvido, mas apareceu outro: a chuva entre pela tal abertura e vai direto para os olhos...

Bem, aí vai mais uma dica: inclua nos seus pertences um colírio, ele pode ser muito útil nestas situações e em outras também, como na presença de poeira.

Fora isso, embora eu tenha aplicado aquele produto que promete não deixar acumular gotículas de água na viseira, na prática a coisa não funciona de forma tão mágica como prometida. Melhora bastante, mas ficam gotas paradas na viseira, dificultando a visão da estrada.
Bem, além das circunstâncias acima, some-se a névoa formada pela chuva torrencial com vento e o spray originado pela roda dos carros e caminhões, e tem-se um primeiro agravante: a baixa visibilidade.
E os problemas não param aí.
No meu comentário anterior eu havia elogiado as estradas argentinas. Mas, neste trajeto, vou mudar de opinião: a estrada que liga Uruguaiana a Puerto Iguazu - Rota 14 - é uma porcaria.

Cuidado.....

Pista única, e longos trechos sem acostamento, com muitos – e põe muitos nisso – caminhões e caros velhos nos dois sentidos.
Para piorar, há enormes trechos onde a estrada foi fresada, deixando longos e largos frisos que, como se fossem trilhos, assumiam o controle da moto, dificultando sua condução e causando insegurança.
Acrescente a isso as vicinais de terra que desembocavam na estrada, e, por conta disso, todos os carros e caminhões que delas vinham jogavam barro na pista, que, ao seu longo era marrom, em vez de preta.
Ainda havia muitos remendos mal feitos no asfalto, que ocasionavam trepidação e formavam longos trechos de poças d’água, novas circunstâncias que  comprometiam a segurança da viagem, exigindo muita atenção, e, assim, um bom desgaste ao piloto.

Mais. A falta de postos de combustível permanece....

Bem, diante deste cenário desfavorável, vai um elogio: a Versys 1000 se mostrou impecável. Firme, estável, com muita aderência e fácil de pilotar, circunstâncias que também foram potencializadas em razão do endurecimento da suspensão –pré-carga, dianteira e traseira – que eu havia realizado antes de iniciar a viagem, tendo em vista o excesso de bagagem que seria colocado na moto e a velocidade a ser desenvolvida.
Sobre este ajuste, cabe mencionar, que ele é muito fácil de ser realizado. O traseiro é manual, e o dianteiro é feito com uma chave de boca nº 17.
Os pneus Scorpion Trail da Pirelli, já com mais de 11.500 Km, se mostraram com uma aderência fantástica, e não nos deixaram aquaplanar durante o tal dilúvio!
Outro elogio a fazer é para os baús Givi – central de 47l, laterais de 41l, e de tanque – que mesmo diante da chuva torrencial e incessante, mostraram-se totalmente impermeáveis.
Bem, embora trabalhosa a pilotagem acima, durante tantas horas e tantos quilômetros em condições tão adversas,  ela serviu para elevar minhas habilidades, e o conhecimento sobre a moto, e, assim, sobrou um saldo positivo que compensou todas dificuldades vivenciadas.
Como disse no início, foi um autêntico curso de pilotagem!!!
Mas, enfim, não conseguimos chegar ao nosso destino, como e quando planejado.
Por cautela, preferimos não adicionar mais uma dificuldade à viagem – a pilotagem noturna -, e, assim, optamos por suspender nossa aventura.  Por volta das 19h:00, procuramos um hotel em Posadas, uma graciosa cidade argentina, na província de Missiones. Estávamos totalmente encharcados, e bem cansados...

Foi uma ótima decisão. A cidade é linda e, apesar de argentina rsrs, muito acolhedora. Passeamos por ela, jantamos em um restaurante bem agradável, seja quanto ao ambiente, a comida e o atendimento.

Depois voltamos para o Hotel Posadas, bem no centro da cidade, que tinha um ótimo apartamento, um excelente chuveiro e uma deliciosa cama, onde pudemos descansar confortavelmente.

Adoramos e recomendamos a todos que passarem por ali.
Somente seguimos viagem até Puerto Iguazu no dia seguinte, em condições climáticas muito melhores, e bem descansados.
Bem, é isso por hora.......
A nossa estada neste novo local, quem contará melhor será a Analice na sua próxima postagem!
Boa noite!!!!!!!

Um comentário:

  1. Queridos amigos Fernando e Analice boa noite !!
    Bem vindos a Posadas passamos 3 dias por aí concordo com o relato sobre as estradas dias anteriores fiz os mesmos.... Que belo batismo a vcs hein !!! heheh Se cuidem , sigam com DEUS estamos na garupa .. gde abraço Edu e Dalma

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