quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

Considerações finais do piloto


Terminamos nossa maravilhosa viagem aventura, sem acidentes ou incidente!

Foram quase 6.000 km rodados, nos mais diversos climas, situações, estradas, regiões e etc., fazendo dezenas de novos amigos, conhecendo inúmeros lugares novos e cruzando fronteiras.

Nos divertimos a valer!!!!!!!!

 Para o piloto, fazer uma viagem de moto tão longa, e por trajetos totalmente desconhecidos, é uma experiência impar, cujas sensações, por mais que se tente, são impossíveis e descrever com fidelidade. Recomendo a todos! E  por mais que o bom senso, a família e amigos possam desaconselhar, ela deveria ser realizada uma vez na vida, pelo menos...

Fora isso, e, também para quem pilota, é uma eficiente higiene mental, pois quando se pilota por terras estranhas, por caminhos desconhecidos, não dá para ficar pensando na vida, mas, tão somente, ficar atento à pilotagem, estrada, moto, placas, sinalizaçao, GPS, paisagem, ocorrências em volta, e, assim, a cabeça descansa, e muito.
Por falar em GPS, recomendo seu uso neste tipo de viagem, pois, é obvio, além de indicar o caminho a seguir, ele funciona como um dispositivo de segurança, mostrando as curvas que virão pela frente, sua distância, se elas são fechadas ou abertas, e, isso, faz toda diferença em matéria de segurança, notadamente em trechos de serra e nas lombadas.  Fora isso, “cuidar” do GPS também ajuda a manter a mente ocupada, e longe de pensamentos em problemas, e, segundo a Analice, também distrai a garupete.
Além disso, o GPS Zumo 350ML da Garmin – que usei – vai indicando o tempo e a distância ainda a serem percorridos e indica radares, “quebra-molas”, pedágios, velocidade permitida nas estradas, postos de combustível, postos da polícia rodoviária, hotéis, restaurantes, locais turísticos e outros pontos de interesse – POIS - nas proximidades, o que contribui para o sucesso da aventura.
Mantidas as críticas aos mapas dos outros países da América do Sul, feitas em postagens anteriores, este GPS, especial para motos – a prova d’água e poeira – é excelente, embora um tanto carinho.... Ah! Ele tem a tela bem sensível, e pode ser manuseado com luvas de pilotagem, normalmente.
Quanto a Versys 1.000, posso concluir que é uma moto fantástica, uma escolha acertada para este tipo de viagem.
Começo pelo conforto: cheguei a pilotar por mais de 1.000 Km em um único dia, e, acreditem, adorei. Depois de terminar esta aventura de quase 6.000 Km, digo que estou inteiro, e só não saí com ela para resolver uns problemas no dia seguinte à chegada pois estava chovendo, e eu estava preguiçoso...
É evidente que há necessidade de fazer paradas regulares – até de carro fazemos isso -, e, obedecida esta regra, o conforto é indiscutível.
A posição de pilotagem é perfeita, ereta, posição esta que foi melhorada, ainda mais, com a instalação do raise, que elevou e aproximou um pouco o guidão, guidão bem aberto, que contribui para a pilotagem confortável e relaxada, sem prejudicar a pilotagem urbana.
O assento alto, largo e macio, com muita espuma – mais ainda para a garupa –, também contribuíram para elevar o já o extremo conforto e o prazer de viajar.
O motor de 4 cilindros em linha não causa vibrações, principalmente no guidão, e, assim, fica muito confortável encarar uma longa viagem, como esta que fizemos.
A estabilidade é um dos pontos altos. Moto equilibrada, estável, fácil de pilotar, e leve “na mão” a despeito de seus quase 400 Kg totais, considerando tudo que nela foi embarcado. Excelente ciclística.
Embora eu tenha endurecido a suspensão, para melhorar a estabilidade, principalmente em altas velocidades, isso não diminuiu em nada o conforto durante o passeio. A maciez do banco compensa.
A autonomia é suficiente para viagens deste tipo, bem assim, conforme já comentei em postagens anteriores, o computador de bordo ajuda a administrar esta autonomia, e evitar surpresas desagradáveis... Nesta viagem, especificamente, seu consumo médio foi de 17 km/l com gasolina argentina e brasileira e 15 Km/l com a péssima nafta uruguaia. O tanque tem 21 litros no total, sendo 1.5l para a reserva.
A potência e o torque também são pontos autos da Versys 1000, principalmente em ultrapassagens, arrancadas e retomadas de velocidade, características que quando somadas ao câmbio, que permite trocas rápidas e precisas, principalmente nas reduções para tomadas de curvas, a fazem um avião.
Incomoda um pouco a transmissão por corrente, que obriga a realizar uma lubrificação constante – a cada 300 ou 400 Km -, tarefa que com um cardan não precisaria ser realizada. Gastei um tubo de Motul, nesta aventura. Como minha moto não tem cavalete central, eu ia movimentando a moto, vagarosamente, e a Analice vinha, logo atrás,“spreiando”  o óleo na corrente... hahha Conselho: não viaje sem este produto, nem sem sua namorada kkkk
O controle de tração e os freios ABS, originais de fábrica, além de contribuírem para a segurança e a estabilidade, ainda aumentam a vida útil dos pneus – Pirelli, Scorpion Trail de 17’’ – haja vista que a moto está com mais de 13.000 Km e ainda daria para rodar mais um pouco com seus pneus originais, não fosse o fato deles terem ficado "quadrados" em razão de tantas estradas sem curvas que percorremos pelo Rio Grande do Sul, Uruguai e Argentina. Uma informação: se, em viagens pela AL precisar, borracharia, em espanhol, é gomeria.
Por falar em freios ABS, os da Versys 1000 são poderosos e extremamente rápidos e eficientes, dando uma real sensação de confiança. Fiquei satisfeito quando necessitei usá-los em situações críticas.
Por fim, um último ponto forte da Versys 1000 é a beleza!
Em todos locais que passei recebi elogios de apreciadores de motos.


Muitos olhares de admiração e muitas perguntas.

Como diz a Analice, dei muitas entrevistas, e, por evidente, somente tive coisas boas para falar desta moto!

E, para não dizerem que só falei de flores, o único defeito que ela apresentou foi um mau contato dos interruptores de pisca e buzina, que não deixaram de funcionar, mas falharam algumas vezes, no trecho final da viagem. Resolvo isso, com facilidade, na revisão.
Bem, a viagem terminou, e este é minha última postagem.
Espero que tenham gostado de nos acompanhar, e, principalmente, desejo que este nosso blog possa ajudar pessoas inexperientes, como nós, a se motivarem para realizarem uma fantástica viagem/aventura como esta, aproveitando as dicas de viagem da Analice e minhas singelas dicas de condução e preparo.
Obrigado a todos que nos acompanharam pelo blog, pelo face, por SMS, telefone e em pensamentos!!!!!
Obrigado à minha filha Carolina pelo incentivo e cuidados, ao Fred e ao Gui por me permitirem roubar sua mãe por tantos dias, à Gal que cuidou deles, aos amigos pela torcida e pelas dicas, ao Dr. Moisés que cuidou do escritório e dos cliente na minha ausência, e, ainda, à Analice por confiar em mim, aceitando partilhar este delicioso desafio, que já deixou saudades.

18º dia: Puerto Iguazu- Argentina - Brasil -Sao Paulo


Acordamos muito cedo como eu já havia dito anteriormente e nem esperamos pelo café da manha do hotel - que seria servido a partir das 7h:00 -, pois tínhamos 1.050 km pela frente e não seria fácil fazer esse trajeto num único dia, sentados em cima de uma moto...sabíamos disso e combinamos que qualquer coisa íamos parar para dormir em algum hotel na beira da estrada.

Antes de sair do hotel, engraxamos a corrente da moto e depois que passamos para o lado do Brasil, paramos para abastecer e calibrar os pneus da moto e, neste mesmo posto de combustíveis também tomamos um café para iniciarmos nossa viagem de volta para casa.

Foi uma viagem tranquila, pegamos um pouco de chuva, mas nada absurdo. Paramos algumas vezes para esticar as pernas e nos hidratar, enfim, estávamos em território brasileiro e saber disso era um alivio, pois conhecemos nossas leis e costumes.

O dia foi passando, e a cada parada o Fernando nos marcava no facebook para que nossa família soubesse onde estávamos e assim, viemos comemorando cada 100 km que conseguíamos diminuir da quilometragem prevista.

Muito, mas muito cansados mesmo, chegamos a São Paulo as 23h30, após ficarmos 16 horas na estrada.

Saímos nessa viagem no dia 23 de dezembro, com um roteiro previsto e tudo muito bem organizado, com a intenção de rodar, mais ou menos, 5.300 km. Quando chegamos, vimos que nessa viagem foram rodados 5.960 km.

Como garupa, posso dizer que a moto Versys 1000 e muito confortável e em nenhum momento nos deixou na mão.

Incomoda a pequena capacidade de levar bagagens, e, quem me conhece sabe que sou vaidosa e mal pude levar uns perfumes e outros adereços do universo feminino... Para fazer essa viagem você realmente tem que praticar o desapego.

Por outro lado, o que meus olhos viram, desde as paisagens nas estradas, os monumentos históricos dos locais onde passamos, as pessoas que conhecemos e outras coisas mais, nunca vou esquecer. Senti-me num estudo do meio do Gracinha, escola aonde trabalho.

Enfrentamos chuva, vento e muito sol, mas valeu a pena cada minuto dessa viagem que foi inusitada tanto para mim quanto para o Fernando.

Agradeço imensamente minha irmã Gal que ficou na minha casa com meus filhos e minha Kiss, para que eu tivesse a tranquilidade de curtir cada minuto dessa viagem aventura. Meus filhos também que ficaram sem a mãe no Natal e Ano Novo. Sem falar na Carolina que ficou sem o pai por vários dias....obrigada!

Quero dizer também nosso muito obrigado a todos vocês que acompanharam o nosso blog que foi feito com muito carinho, embora as vezes com muita preguiça também...rs


terça-feira, 8 de janeiro de 2013

17º dia: Puerto Iguazu - Paraguay

Último dia para aproveitarmos nossa viagem, antes de empreendermos nossa volta para casa, que pelos cálculos do google serão de 408 km até Maringá e depois mais 638 km até São Paulo.

Pretendemos sair de Puerto Iguazu por volta das 6h da manhã, porque se a estrada for boa e não tivermos nenhum problema, chegaremos em São Paulo mais ou menos meia-noite. Isso porque vamos parar para fazer a migração na Argentina, abastecer, nos abastecer e esticar as pernas de quando em quando...rs



Reservamos o dia de hoje para conhecer o Paraguai e após uma fila enorme na migração da Argentina, entramos no Brasil e fomos para a Ciudad del Este. Na verdade, o Fernando já conhecia, eu ainda não e tinha muita curiosidade para ver ao vivo e a cores.

Fomos de moto, lógico, afinal o Fernando precisava colocar mais uma bandeirinha na sua moto!!



Nada me preparou para o que eu vi, porque quando entramos na Ponte da Amizade, eram tantos carros naquela via estreita e o Fernando, utilizando suas técnicas de motoboy, adquiridas no trânsito caótico de São Paulo, ia passando e costurando entre os carros, até chegarmos ao outro lado, quando de repente o lugar destinado a passagem de moto surgiu a nossa frente e o Fernando colocou mais uma vez a sua experiência em ação. Essa pista para a passagem de motos era muito estreita e recortada feita de blocos de cimento. Imagina uma moto enorme como é a Versys 1000, tendo que passar por esse caminho destinado as pequenas motos 125 que funcionam como moto-táxi!

Outra coisa que chamou a minha atenção, foi o trânsito caótico do Paraguai, pois ninguém respeita nada. Por um instante me senti na Índia, com aquela confusão, pois não existe policiamento e nem os semáforos nem as outras sinalizações não são respeitados, ou mal existem.

De qualquer forma estacionamos e saímos para conhecer essa cidade tão famosa por seu comércio onde as pessoas encontram tudo o que querem comprar. Tem desde produtos como perfumes, bebidas, eletrônicos, roupas, etc., fazendo com que essa região seja o paraíso dos turistas. Na maioria das lojas o real é aceito e as compras de até US$300 por pessoa, são livres de impostos. O pagamento em dinheiro (efectivo) tem desconto de 10%, em cartão de débito acréscimo de 4% e cartão de crédito acréscimo de 10%.

É sempre bom pechinchar nas lojas, pois o preço apresentado nem sempre é o final. Tomar alguns cuidados também é fundamental para evitar aborrecimentos, prefira as lojas tradicionais, onde a procedência dos produtos é garantida.

Depois de percorrer várias lojas, pegamos a moto e fomos conhecer o marco das três fronteiras do Paraguai. Com indicação de moradores da cidade procuramos e quando chegamos, estávamos embaixo de um morro aonde estava localizado o dito cujo e não conseguimos chegar próximo, que pena, pois eu queria tirar uma foto.

Nesse trajeto ainda, passamos pela periferia de Ciudad del Este e pudemos constatar o abandono por parte do governo com relação as pessoas, as moradias, as ruas sem calçadas e sem pavimentação, além do que os ônibus utilizados são jardineiras muito antigas em petição de miséria, pois passando bem do lado, vimos até ferrugem nas latarias. Vimos também vários carros sem placas...
Para quem não sabe, jardineiras são ônibus muito antigos que tem o seu motor dianteiro como se fosse uma Rural. Lembram-se da "Marinete" da novela Tieta do Agreste? Pois é, o Fernando que lembrou...


Voltamos para o Brasil e como já era final da tarde, paramos num restaurante brasileiro para comer arroz, feijão de corda, mandioca cozida com manteiga de garrafa, farofa e uma picanha muito saborosa.

Entramos novamente na Argentina e dessa vez com as "muambas" adquiridas, sem o menor problema na migração, que só quiseram abrir o baú da moto para verificar o que tinha dentro, mas, de fato, não olharam nada.

Agora estamos terminando a arrumação das malas, para enfim, voltarmos para a nossa família.

Nos últimos dias não conseguimos postar nenhuma foto para ilustrar nossos textos, mas chegando em casa vou colocar várias ok? (agora já colocamos...)

Boa noite e continuem acompanhando nosso blog pois chegando em casa vou postar o último dia.

segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

15º dia Visão do Piloto - Uruguaiana - Posadas

A viagem, que, a princípio, seria de Uruguaiana a Puerto Iguazu, na Argentina, vizinha de Foz do Iguaçu, foi repleta de dificuldades, transformando-se um verdadeiro curso de pilotagem.
Os problemas começaram com a péssima qualidade dos mapas da América do Sul, comprados diretamente a Garmin. Isso mesmo, nada de mapas piratas. São mapas originais, por mais incrível que possa parecer...
Eu já havia reclamado deste mapa em postagens anteriores, mas, desta vez foi um verdadeiro absurdo.
Ao sair de Uruguaiana o mapa traçou uma rota diametralmente oposta à correta, e, assim, nos fez rodar por quase 150 Km para o sul da Argentina, quando, deveríamos estar rumando para o norte.
E nem se diga que eu poderia ter errado algum acesso, pois passamos por diversos retornos e não recebemos do GPS nenhuma indicação para realizar uma conversão.
Começamos achar que o caminho estava errado quando vimos uma placa indicando que estávamos no sentido de Buenos Aires – que fica mais ao sul da Argentina, em relação ao local de nosso destino -, e, assim, paramos em um posto de gasolina para pedir informações, quando fomos gentilmente orientados por um caminhoneiro brasileiro que, melhor que a Garmin, nos indicou, em detalhes, o coreto caminho a seguir.
Para se localizarem, exceção feita ao erro acima mencionado, seguimos viagem pela Rota 14, sentido norte, em território argentino.
Bem, outro percalço foi a chuva. E bota chuva nisso! Chuva com “C” maiúsculo, pra ninguém colocar reparo... Chuva importada!!!!!
Contando, inclusive, o trajeto decorrente do erro vergonhoso contido no mapa do GPS Garmin, foram 850 Km de chuva. Mais de 12 horas de uma tensa pilotagem debaixo d’água.
Chuva de todo tipo: tempestade, chuva forte, chuva muito forte, garoa densa e etc., mas sempre uma incessante chuva, com a predominância da tempestade, em, aproximadamente, 85% do trajeto.
E, falando em chuva, e como bem sabem os colegas motociclistas, não se pode deixar de falar de capacete embaçado...
Neste sentido, embora meu capacete tenha um dispositivo que mantém uma abertura para entrada de ar, dispositivo este que deveria impedir que a viseira embaçasse, a bolha aumentada, de tão eficiente que é, impede que o ar entre pela tal abertura, e, assim, a viseira embaça...
A solução é abrir a viseira uns dois dedos, e, assim, o problema de embaçamento ficou resolvido, mas apareceu outro: a chuva entre pela tal abertura e vai direto para os olhos...

Bem, aí vai mais uma dica: inclua nos seus pertences um colírio, ele pode ser muito útil nestas situações e em outras também, como na presença de poeira.

Fora isso, embora eu tenha aplicado aquele produto que promete não deixar acumular gotículas de água na viseira, na prática a coisa não funciona de forma tão mágica como prometida. Melhora bastante, mas ficam gotas paradas na viseira, dificultando a visão da estrada.
Bem, além das circunstâncias acima, some-se a névoa formada pela chuva torrencial com vento e o spray originado pela roda dos carros e caminhões, e tem-se um primeiro agravante: a baixa visibilidade.
E os problemas não param aí.
No meu comentário anterior eu havia elogiado as estradas argentinas. Mas, neste trajeto, vou mudar de opinião: a estrada que liga Uruguaiana a Puerto Iguazu - Rota 14 - é uma porcaria.

Cuidado.....

Pista única, e longos trechos sem acostamento, com muitos – e põe muitos nisso – caminhões e caros velhos nos dois sentidos.
Para piorar, há enormes trechos onde a estrada foi fresada, deixando longos e largos frisos que, como se fossem trilhos, assumiam o controle da moto, dificultando sua condução e causando insegurança.
Acrescente a isso as vicinais de terra que desembocavam na estrada, e, por conta disso, todos os carros e caminhões que delas vinham jogavam barro na pista, que, ao seu longo era marrom, em vez de preta.
Ainda havia muitos remendos mal feitos no asfalto, que ocasionavam trepidação e formavam longos trechos de poças d’água, novas circunstâncias que  comprometiam a segurança da viagem, exigindo muita atenção, e, assim, um bom desgaste ao piloto.

Mais. A falta de postos de combustível permanece....

Bem, diante deste cenário desfavorável, vai um elogio: a Versys 1000 se mostrou impecável. Firme, estável, com muita aderência e fácil de pilotar, circunstâncias que também foram potencializadas em razão do endurecimento da suspensão –pré-carga, dianteira e traseira – que eu havia realizado antes de iniciar a viagem, tendo em vista o excesso de bagagem que seria colocado na moto e a velocidade a ser desenvolvida.
Sobre este ajuste, cabe mencionar, que ele é muito fácil de ser realizado. O traseiro é manual, e o dianteiro é feito com uma chave de boca nº 17.
Os pneus Scorpion Trail da Pirelli, já com mais de 11.500 Km, se mostraram com uma aderência fantástica, e não nos deixaram aquaplanar durante o tal dilúvio!
Outro elogio a fazer é para os baús Givi – central de 47l, laterais de 41l, e de tanque – que mesmo diante da chuva torrencial e incessante, mostraram-se totalmente impermeáveis.
Bem, embora trabalhosa a pilotagem acima, durante tantas horas e tantos quilômetros em condições tão adversas,  ela serviu para elevar minhas habilidades, e o conhecimento sobre a moto, e, assim, sobrou um saldo positivo que compensou todas dificuldades vivenciadas.
Como disse no início, foi um autêntico curso de pilotagem!!!
Mas, enfim, não conseguimos chegar ao nosso destino, como e quando planejado.
Por cautela, preferimos não adicionar mais uma dificuldade à viagem – a pilotagem noturna -, e, assim, optamos por suspender nossa aventura.  Por volta das 19h:00, procuramos um hotel em Posadas, uma graciosa cidade argentina, na província de Missiones. Estávamos totalmente encharcados, e bem cansados...

Foi uma ótima decisão. A cidade é linda e, apesar de argentina rsrs, muito acolhedora. Passeamos por ela, jantamos em um restaurante bem agradável, seja quanto ao ambiente, a comida e o atendimento.

Depois voltamos para o Hotel Posadas, bem no centro da cidade, que tinha um ótimo apartamento, um excelente chuveiro e uma deliciosa cama, onde pudemos descansar confortavelmente.

Adoramos e recomendamos a todos que passarem por ali.
Somente seguimos viagem até Puerto Iguazu no dia seguinte, em condições climáticas muito melhores, e bem descansados.
Bem, é isso por hora.......
A nossa estada neste novo local, quem contará melhor será a Analice na sua próxima postagem!
Boa noite!!!!!!!

16º dia: Puerto Iguazu

Bom dia!!!!!!!!!!

Hoje acordamos cedo para aproveitar bem o dia, por isso tomamos nosso café e logo saimos em direção as Cataratas de Puerto Iguazu - Argentina. Lugar bem próximo ao nosso hotel.

Tombadas pela Unesco como Patrimônio da Humanidade, as cataratas do rio Iguaçu são os cenários da grande maioria dos passeios e atividades em Foz e arredores. Apreciadas de mirantes e passarelas ou ainda a bordo de ônibus, trem, barco ou helicóptero, as quedas ficam ainda mais bonitas no verão.

Após os trámites como comprar ingressos, andar mais ou menos 600 mts para chegar até o trem que nos levaria até a trilha , chegamos numa uma passarela que não tinha mais fim, vi ao longe uma neblina e de repente eu vi um espétaculo da natureza!!!! Como são lindas e poderosas aquelas cascatas caindo numa velocidade absurda. Logo ficamos molhados e eu confesso que tive medo....é de tirar o fôlego mas eu tenho medo de tanta água junta...






Essas quedas são consideradas uma das maiores belezas naturais do planeta. Vale a pena conhecer...
Saimos e fomos em direção ao Brasil, pois queríamos conhecer a Usina Hidrelétrica de Itaipu, a maior do mundo em atividade, exibindo uma barragem de 8 km de comprimento por 167 mts de altura. Antes de chegarmos a Usina e já do lado brasileiro, fomos conhecer o marco do Brasil, que só tínhamos visto de longe.





Existem três maneiras de conhecer a usina - Visita Panorâmica, que inclui vídeo explicativo e passeio de ônibus sobre a barragem, com parada em dois mirantes; Circuito Especial, mais longo e detalhado, com visita ao interior da usina e Visita Noturna quando toda a estrutura da barragem é iluminada em um projeto assinado por Peter Gasper e acompanhado por música.

Nós só conseguimos a Visita Panorâmica, mas valeu a pena! Tivemos uma visão externa da grandiosidade da Itaipu, do vertedouro ao topo da barragem de concreto onde estão instaladas suas 20 unidades geradoras de energia. Desde 1973 quando Brasil e Paraguay assinaram um tratado, a Itaipu tornou-se Binacional e tudo é dividido ao meio, ou seja, hoje são 3.000 empregados,  metade brasileiros e a outra metade paraguaios. As 20 unidades de energia também são divididas ao meio, sendo que o Brasil utiliza as suas 10 e compra 8,5 que o Paraguay não utiliza.Com a junção, o Brasil consegue suprir 17% de suas necessidades energéticas do Sudeste.







Sai de Itaipu deslumbrada com o tamanho dessa usina e com todos os projetos desenvolvidos como o Refúgio Biológico Bela Vista, o Ecomuseu, o Canal de Piracema, entre outros...

Com tudo isso, o dia chegou ao fim e o ceu anunciava muita chuva, então achamos melhor voltar para o hotel e descansar, pois amanhã é o nosso último dia dessa viagem aventura e pretendemos ir até o Paraguay....

15º dia: Posadas - Puerto Iguazu

Embora o tempo estivesse um pouco instável, saímos em direção a Foz de Iguaçu, lugar que deveríamos ter chegado na véspera. Durante a viagem , tivemos que colocar a roupa de chuva, pois o céu estava ficando muito escuro, mas graças a Deus choveu bem pouco e o sol surgiu lindo e forte!

Estamos hospedados num belo hotel do lado da Argentina, chamado Grande Hotel Turbillion e apenas a 3 km do Marco das Três Fronteiras - Brasil, Argentina e Paraguai.

Após o trâmite de sempre, ou seja, organizar malas e tirar a roupa pesada de motociclista e etc., saímos para conhecer as Cataratas do lado da Argentina, mas infelizmente já estava fechado.

Fomos então procurar o marco da Argentina e  pudemos visualizar o marco do Brasil e também do Paraguai ao longe. Eu e o Fernando também vimos no mapa essa localização e foi muito emocionante olhar o mapa e saber que estávamos ali ao vivo.





Quando estávamos saindo, chegaram várias motos e curiosos fomos ver as placas. Eram brasileiros que vinham do ABC e também de Tietê. Fizemos amizade e saímos todos juntos para tomar um café. Quem é motociclista sabe que nunca está sozinho, pois sempre acontecem encontros como esse. Tiramos fotos juntos e trocamos emails para quem sabe, fazer algum passeio pelo interior de São Paulo. O líder desse grupo animado, me pareceu ser o Mixiricaa, que diga-se de passagem, é a cara do Hugo Chavez!!!!rs

 



Nesse grupo, havia um argentino aqui da cidade que acabou nos indicando uma churrascaria com música ao vivo com o nome de El Quincho del Tío Querido! Ele foi muito gentil pois nos levou até o local, nos apresentando ao maitre e pedindo que fôssemos bem atendidos. O restaurante estava lotado, mas conseguimos uma mesa bem ao lado de dois cantores argentinos que tocavam e cantavam tangos argentinos e guarânias paraguaias. Esse novo amigo, Dr.Diego, médico aqui na cidade, é motociclista e está organizando um evento que é a 5ª Cataratas Moto Fest, um encontro de motociclistas aqui em Puerto Iguazu entre os dias 9 e 12 de maio de 2013. Maiores informações para quem se interessar www.aguilasdelafrontera.com


Amanhã tem mais...

sábado, 5 de janeiro de 2013

14º dia: Uruguaiana - Foz de Iguaçu

Deixamos tudo organizado no dia anterior e logo que o despertador tocou, acordei ouvindo o barulho de muita chuva caindo em Uruguaiana, sendo que no dia anterior o calor foi intenso.

Nos arrumamos, tomamos café e saímos mesmo com chuva mesmo, pois tínhamos 640 km pela frente. Colocar toda a roupa de motociclista já é complicado. Imagina além de tudo isso, colocar uma capa de chuva também? Eu fico me sentido uma astronauta...

Saímos as 10h da manhã com muita chuva, sentido Argentina, que era o caminho mais rápido para chegar até Foz de Iguaçu. Por isso, ainda passamos na migração novamente...

Durante todo o dia choveu e o vento soprou forte, por isso o Fernando, que é muito precavido, percebendo que estava anoitecendo e ainda estava faltando mais ou menos duas horas para chegarmos, sugeriu parar numa cidade chamada Posadas, próxima a Foz de Iguaçu.

Foi a melhor coisa que fizemos pois fomos tomar um vinho e comer bife de chorizo com purê de batatas!!!!!

Amanhã seguimos viagem e eu conto mais...........boa noite!!