sexta-feira, 4 de janeiro de 2013

12º dia Visão do Piloto - Uruguai – Argentina – Brasil

Para começar, destaco, como interessante, a experiência de embarcar a moto no Buquebus, que, depois de estacionada, foi cuidadosamente amarrada por cordas.


A moto foi levada por mim, pilotando, para o porão da balsa/barco, mediante um super organizado procedimento de embarque, e, depois de estacionada por mim, em local apropriado para motos, e bem fixada pelos marujos, subi para o andar destinado aos passageiros.

Outra experiência inusitada foi, após desembarcar do Buquebus, pilotar a moto pelas ruas e avenidas de Buenos Aires.
Já tinha vindo à cidade portenha, contudo, sempre de avião, e, assim, circulava por suas calles de táxi, a pé ou de metrô.  Então, pilotar “por acá” foi algo inédito, que me deu bastante emoção, e, embora seu trânsito seja meio caótico, um motociclista paulistano tira isso de letra....
Vale destacar que você se sente uma formiguinha pilotando pela enorme Avenida 9 de Julho, que, segundo los hermanos, é a avenida mais larga do mundo.

Saindo da cidade, tenho a dizer que as estradas argentinas, e, também as uruguaias, são ótimas e bem sinalizadas. 


Antes de ingressar na estrada percebi que havia esquecido de fazer câmbio, e, assim, não tinha pesos argentinos para pagar eventuais pedágios. 

Parei em um posto, na esperança de pagar em reais, e receber o troco em pesos. Mas não deu certo. O posto não aceitava reais, nem fazia câmbio. A solução foi "xavecar" um hermano, que ali abastecia seu carro e, para minha surpresa, embora portenho, ele foi simpático e trocou 100 pesos, que, posteriormente, se mostraram essenciais.

Assim, vai um conselho: ao circular pela Argentina, levem pesos argentinos, pois, ao contrário do que ocorre no Uruguai, eles não aceitam moedas estrangeiras, e, muitas vezes, nem cartões. Coisas de Argentinos....
Bom, voltando às estradas, notei que elas permitem uma velocidade maior que as brasileiras, seja porque a lei autoriza, seja porque suas condições físicas também.

Em Buenos Aires há avenidas em que se pode pilotar a 130 Km/h, na pista da esquerda.
Mas, temos encontrado nelas - tanto argentinas como uruguaias - um problema recorrente, qual seja: a falta de postos de combustíveis.
Não raro, rodamos por mais de 200, ou 300 quilômetros sem encontrar um ponto de abastecimento, e pior, um local para fazer uma parada segura.
Cheguei a ficar irritado, algumas vezes, por ter que pilotar tanto tempo sem poder parar para esticar as pernas e, também, para fumar um cigarrinho, e, pior, administrando o consumo, conduta última esta que elevava o tempo de viagem.
Outro detalhe: quem, nas suas paradas, procura postos com o conforto de nossos postos, tipo GRAAL, esqueça....

Quando muito, além das bombas, achamos um “butequinho”, ou uma geladeira com água – água Salus, no Uruguai, a preferida de minha filha Carolina - e refrigerantes. Ah, os energéticos também podem ser encontrados em quase todas paradas, e, aconselho, devem ser ingeridos com frequência. Nos dias de calor escaldante vale ingerir isotônicos também.
Durante nosso trajeto pelas estradas argentinas, enfrentamos severos problemas de abastecimento, e, embora a Versys 1000 tenha autonomia para rodar até uns 400 km, com seu tanque de 21 litros, fiquei preocupado durante boa parte da viagem.
O computador de bordo da Versys 100 foi muito útil nestas ocasiões, pois indicava a autonomia da moto, tendo em vista o combustível existente, bem como, recomendava a forma mais econômica de pilotagem. Sobre esta tecnologia, a Versys 1000, além de indicar o consumo médio e o instantâneo, possui um ícone no painel que informa quando se está dirigindo de maneira econômica, tecnologia muito útil em razão de tal desbastecimento.
Como já disse a Analice, paramos em postos sem combustível, ou em outros que não aceitavam “tarjetas” nem reais, outros que o sistema de cartões estava inoperante, enfim, tudo pra dificultar. Ah, vai uma dica: os cartões e débito, quando aceitos, são os da bandeira visa, na esmagadora maioria.

Pois bem, com a gasolina no osso, aqueles 100 pesos que troquei no posto de Buenos Aires foram cruciais, e evitaram aborrecimentos, e, principalmente, que eu tivesse que empurrar a moto. Ufaaa....

Conselho aos viajantes: atravessando as estradas argentinas, pare em todos postos de combustível que encontrar, mesmo que seja para abastecer 4 ou 5 litros, isso poderá fazer toda diferença entre empurrar a moto, ou não. E, mais uma: leve pesos argentinos para pagar por isso.
Na cotação e situação atual, o litro de gasolina custa, aproximadamente, R$ 8,00 e R$ 4,00, no Uruguai e Argentina, respectivamente.
Muito ouvi falar sobre a policia rodoviária hermana, sobre sua implicância com pilotos brasileiros, suas exigência absurdas – um amigo me disse que teria sido molestado por não possuir extintor de incêndio na moto!!!!! -, sua corrupção e etc. Todavia, não fui parado nem uma vez sequer. Mas, cabe ressaltar, que respeitei, rigorosamente, os limites de velocidade e as demais placas indicativas.
À semelhança das estradas uruguaias, como já falei outro dia, nas estradas argentinas não vi radares – a despeito das falsas placas indicativas -, mas tem diversos guardas estrategicamente posicionados, para surpreender os motoristas infratores. Cuidado!
Quando entramos em estradas brasileiras – a BR 472 – uma decepção.

No meio do trajeto, a noite, sem qualquer placa de sinalização, nos deparamos com obras na pista, onde vários trechos do asfalto haviam sido retirados e substituídos por verdadeiras "caixas de areia", no maior estilo off road.
Um tremendo susto, pois, a primeira “caixa de areia” nos surpreendeu a uns 120 Km/h, mas, depois do susto, tirei a mão e, assim, as demais conseguimos atravessar em menor velocidade e segurança.
Nestes momentos a Versys 1000 se mostrou estável, principalmente pela interveniência de seu eficiente controle de tração que estabilizou a moto e impediu nossa queda. Mas, mesmo assim, um susto e tanto...
A bolha alongada que instalei na moto, em substituição à original, também demonstrou ser um ótimo investimento, seja para o conforto relativo ao vento frontal, seja para diminuir a saraivada de mosquitos que atingem a viseira do capacete.
Não pagamos pedágio neste longo trajeto pelas estradas argentinas e uruguaias, exceção feita logo na saída de Buenos Aires, e no nosso reingresso no Uruguai, ambas cobranças feitas pelos “los Hermanos”, e pagas com aqueles pesos trocados no posto, pois os pedágios também não aceitam cartões e moedas estrangeira. Mais um motivo para portar pesos....

Hoje, depois de quase 4.000 Km rodados, desde que saímos de São Paulo, procurei uma concessionária Kawasaki, aqui, em Uruguaiana. Mas não havia...
Fui, então, a uma concessionária Yamaha, e pedir para trocar o óleo do motor –  Motul  5100, 10W50 -, bem como, lubrificar e ajustar a corrente de tração, e, ainda, dar uma lavadinha na moto, que, não é pra se estranhar, estava muiiiito suja. Tudo feito, com muita cortesia e eficiência, e baixo preço: R$ 80,00.



Ali fiz novos amigos, o que, quem anda de moto, sabe que é muito fácil!
Entre estes novos amigos incluo o pessoal da Yamaha, que foi muito atencioso, embora minha moto fosse de outra marca.
Conheci também o Sidinei e o Dr. Fabício, este último, delegado da Polícia Federal de Uruguaiana.
O Dr. Fabrício está pensando em comprar uma Versys 1000, e, tendo sido avisado pelo Sidinei que eu estava na concessionária com uma moto destas, foi lá para conversar comigo, para saber minha opinião sobre a moto, e, assim, decidir com maior segurança.
Bem, que me conhece sabe como sou entusiasta desta moto, então, já viu.... Se depender de meus conselhos, em breve teremos mais um motociclista pilotando esta maravilhosa moto pelo sul do Brasil!
Bem, por hoje é só, agora vou dormir, pois, amanhã, tenho que pilotar uns 650 Km, voltando para as estradas argentinas, rumo a Foz do Iguaçu, ou melhor, Puerto Iguazu, cidade vizinha daquela, na fonteira argentina!

Buenas.....

2 comentários:

  1. Bom saber que vcs estao bem a KAWASAKI no minimo deveria te ressarcir a gasolina pelo marketing que vc faz ! BJU estou adorando seguir vcs .

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  2. Olá amigos !
    Saudaçoes só agora consegui entrar no blog de vcs !! Show !! Parabens !!!
    A propósito parabéns ANALICE pela passagem do seu niver dia 1/1/13.
    Se cuidem pela Argentina e não abasteçam nos postos RAM gasolina ruim que quase nos deixou a pé.
    Ótima viagem e excelente retorno, sigam com DEUS !!
    Gde abraço Edu e Dalma

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