quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

4º dia: Visão do Piloto - Pelotas - Chuí - Punta Del Este


O inicio da viagem entre Pelotas e Chuí foi debaixo de chuva, muita chuva.

Enfrentei o eterno problema: chuva X capacete!

Mesmo aplicando aqueles “milagrosos” produtos, é impossível evitar a dificuldade de enxergar bem pela viseira, que embaça e fica opaca pelo acúmulo de vapor d'água condensando nela.
Mas, para nossa sorte, a chuva não perdurou muito tempo e, após uns 100 Km mais ou menos, estiou e seguimos viagem com mais conforto com melhor visibilidade e segurança, é claro. Inclusive, sem as desconfortáveis capas de chuva, que voltaram para cima do baú traseiro, presas com uma aranha. Elas não cabiam dentro dele.

Aí vai uma dica: leve umas 2 ou 3 aranhas na sua viagem e instale uma "churrasqueira" sobre o baú central, elas serão muito úteis. Acredite.

Durante os trajetos com chuva usei o controle de tração no nível mais sensível (3) e mapeei a potência do motor no “low”,  regulagem que se mostrou fantástica, notadamente por conta do endurecimento da suspensão, com o ajuste da pré-carga, endurecendo a suspensão, que havia sido realizado antes da viagem.
A bolha maior que eu havia colocado, também se mostrou muito útil na viagem, principalmente debaixo de chuva. Mesmo nos dias secos, a bolha alongada oferece melhor conforto, pois alivia a força do vento frontal no peito do piloto e da garupa.

A carenagem larga e os protetores e mão - instalados como acessórios opcionais - também aumentam a proteção contra o vento e a chuva.
Enfim, a Versys 1000 se comporta muito bem na chuva, se mostrando muito estável, segura, com excelente aderência, enfim, fácil de pilotar.
Bem, voltando à viagem...
Nesta outra etapa, novamente, seguimos por uma estrada reta, com pouquíssimas curvas, que quando apareciam, eram monótonas, sem qualquer emoção.
Uma “coisa” interessante que descobri durante a pilotagem nestas retas intermináveis, foi que, segurar o acelerador da moto e o contrapeso do guidão, juntos e firmemente, deslocando a palma da mão para a direita, diminui bastante o esforço de manter a aceleração da moto constante, pois não precisa fazer esforço para baixo no manete de aceleração, mas, tão somente, manter a mão bem fechada.
E, sobre a estrada, vai um alerta para aqueles que pretendem fazer esta viagem: entre Pelotas e o Chuí praticamente não existem postos de gasolina.
Um trajeto de mais de 120 Km, sem nenhum posto.

Assim, há que se abastecer a moto em Chuí, bem cheia mesmo, e ficar de olho no consumo, pois, nestas retas intermináveis, e, como uma estrada boa, somos tentados a “enrolar o cabo” diversas vezes!
E neste trajeto, mais uma vez a Versys 1000 se comportou de forma impecável, tanto na chuva como em pista seca, permitindo, até, uma extravagância em termos de velocidade...
Ah! Outra boa novidade: não precisamos mais pagar pedágio, nem parar nas cabines, pois, neste trecho havia o local destinado à passagem das motos isentas.
Outra grande ajuda que tivemos, durante toda viagem, foi o GPS.
Usei o Garmim Zumo 350ML, que, dentro do Brasil possui um mapa impecável, bem atualizado sobre radares, postos da polícia rodoviária, e, até, “quebra-molas”.
Todavia, quando entramos no Uruguai, o GPS ficou maluco, mostrando que, para este país, seu mapa não era corretamente elaborado.
Assim, para não me irritar com as informações desencontradas,  desliguei o dito-cujo, e fui me orientando pelas placas, que diga-se, também deixam muito a desejar, além de serem raras.
Sobre a estrada uruguaia, que era excelente, vale destacar que não possuía radares, mas, vai o alerta: nela existia a antiga figura do “guarda atrás da moita”, por isso, fiquem espertos os motociclistas que tencionarem viajar por aqui....
Por fim, vai um comentário sobre o preço da gasolina no Uruguai (que aqui se chama nafta): quase R$ 8,00 o litro, considerando o câmbio de $ 8,50 para cada R$ 1,00!!!!!!!!!

Outra dica: use a gasolina premium, que existe em todos postos, pois é a menos ruim....
Mas, de toda sorte, finalmente chegamos à belíssima Punta Del Este, com a satisfação de termos superado nossos limites, e com o prazer de nos sentirmos integrantes do seleto grupo de motociclistas internacionais!



E, pode até ser uma linha imaginária, mas a emoção de passar a fronteira entre o Brasil e o Uruguai é indescritível. Uma sensação muito boa, de muita felicidade! Pode parecer bobeira, mas me senti realizando um feito heroico!!!!!!! Adoramos. Fiquei, como um bobo, pulando para o lado Uruguaio e voltando, também em um pulo, para o lado brasileiro, diversas vezes!!!!! Demais!!!!!

Enfim, chegamos a Punta del Este, onde iríamos descansar um pouco.

Como iríamos ficar em Punta quatro dias, resolvemos desmanchar as "malas" pela primeira vez, colocando as roupas em cabides, prateleiras e gavetas.

Embora os nossos baús fossem do mesmo tamanho, é obvio que as roupas da Analice eram bem menores que as minhas, e, por isso, na mala dela tinha muito mais coisas que na minha.

Assim, demos muitas risadas, pois ela não parava de retirar "coisas" do baú, enquanto eu tinha uma "meia dúzia de três ou quatro" peças de roupa.

Ela levou até um sapato de salto "12" e dois vestido "de festa", enquanto eu, ao arrumar a minha mala, deixei até de levar um par de sandálias havaianas, pois não dava para fechá-la.

Vocês precisavam ver os itens que ela colocou sobre a pia do banheiro. Mal dava para ver a cor da pedra de granito... Não dava pra acreditar que saía tanta coisa daquela mala!!!!!

Quando ela viu a minha surpresa, passou a retirar as coisas como se fora um mágico retirando coelhos da cartola, mostrando uma a uma, me gozando e provocando...

Nossa, rimos muito, e passamos o resto da viagem fazendo piadinhas neste sentido.

Cada vez, em nossos passeios, que víamos algo que nos interessasse comprar, mas que fosse um tanto grande, eu dizia que iria comprar e acomodar na mala dela, pois ali cabia tudo!

Muito divertido....

Bem, por hora isso é tudo, falamos amanhã.....

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