3° dia Visão do Piloto - Gramado - Pelotas

Hoje, para vocês,  uma visão do piloto sobre esta nova etapa da viagem.....

Saímos de Gramado, por volta das 10:h:00, e iniciamos a viagem pela serra.

Uma estrada deliciosa, em especial para o piloto.  Curvas, muitas curvas, extremamente amigáveis, e muito prazerosas de serem feitas.

Paisagem linda, embora o piloto fique impedido de apreciar na plenitude, privilégio que fica para a Analice, confortavelmente aboletada na garupa.

 Vale a pena passar por ali, quem for para aquelas bandas.

Depois entramos, mais uma vez, pela BR 116.

Ao contrário da serra acima, é uma estrada monótona, onde predominam as retas intermináveis.

Ah! Uma boa notícia: não há mais cobrança de pedágios para motos nesta estrada!

Mas, não deixou de existir o incômodo de ter que parar nos pedágios.

Em diversos deles, há necessidade de passar pela cabine, para ser informado pela atendente que somos isentos, e, assim, liberar nossa passagem.... Me senti em Portugal!!!!

Durante toda BR 116, fomos acompanhados por um fortíssimo e interminável vento lateral.

Fora o constante e contínuo vento forte mencionado acima, em diversos pontos, onde não havia proteção natural formada pelas árvores existentes na maior parte lateral da estrada, recebíamos rajadas muito mais fortes que deslocavam a moto lateralmente, exigindo muita concentração e um esforço para manter a moto na trajetória.

Muito interessante esta interação com o meio ambiente.

Em razão deste vento lateral constante, em boa parte deste trajeto, pela BR 116, a moto permanecia inclinada, para compensar a força lateral exercida pelo vento, como se estivesse em uma curva infinita.

E, quando vinham aquelas rajadas mais fortes, para evitar que a moto fosse lançada na outra pista, havia necessidade de inclinar ainda mais, como se a curva imaginária se fechasse  mais.

Difícil, até, manter a viseira aberta, pois ela servia como uma vela de barco e, assim, o capacete era jogado de um lado para outro.

Mas, no balanço geral, embora trabalhosa, uma etapa muito importante para desenvolvimento de minhas parcas habilidades, e para diminuir a monotonia das intermináveis retas...

Além de tudo, o calor era impiedoso!!! A sensação térmica era de, aproximadamente, 47 graus! Sufocante! Nós, com todo equipamento de proteção, sentíamos, ainda mais, os efeitos do calor, mas, sem proteção, nem pensar....

Paramos várias vezes para hidratar! Gatorade era indispensável.....

Jogar água na cabeça e no corpo, durante as paradas, ajudava muito a diminuir a sensação de calor escaldante.

A Versys 1000 é fantástica!!! Potente nas ultrapassagens, super estável nas curvas, confortável, dócil, nenhuma vibração, e veloz.

A necessidade de troca e marchas é mínima. Eu espetava a sexta marcha e, mesmo nos momentos de ultrapassagem, não havia necessidade de reduzir. Era só enrolar o cabo e ela ia, por exemplo, de 100 a 140 Km/h rapidamente.

Enfim, uma moto totalmente apropriada para uma viagem deste tipo....

Até o momento, somente exigiu lubrificação da corrente, calibragem de pneus, e complemento do óleo. Nada mais!!!

Estou adorando esta nova experiência! Além disso, é uma higiene mental incrível, tudo que eu estava precisando. Você fica concentrado na pilotagem, nos controles, na paisagem, envolvido com as sensações maravilhosas e, assim, não dá para pensar em mais nada.

Amanha, quando passarmos a fronteira com o Uruguai, me torno um “piloto internacional” Uhuuuuuuuuu...

Estou muito ansioso por este momento, como uma criança.

Então, aguardem, que amanhã conto esta nova experiência.

Boa noite!!